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Bastidores: Livorno tenta renascer na Itália com atacante ex-Botafogo e dono brasileiro

Bastidores: Livorno tenta renascer na Itália com atacante ex-Botafogo e dono brasileiro

Tradicional no país, time está na Série D e recentemente foi adquirido por Joel Esciua, empresário ítalo-brasileiro. Ex-joia do Bota, Luís Henrique teve estreia com gol

Rio de Janeiro - O fã do Calcio se lembra bem do Livorno e sua torcida, uma das mais apaixonadas da Itália. Dos gols de Cristiano Lucarelli. Mas a tradicional equipe da Toscana está longe de qualquer glória. Na Série D, o time tenta renascer e, para isso, conta com ajuda brasileira. Desde o dono, um empresário que nasceu no Brasil, ao ataque, com um ex-Botafogo: o atacante Luís Henrique.

O Livorno tem mais de 100 anos de história e chegou a disputar a Liga Europa em 2006/07, após a inédita sexta colocação no Campeonato Italiano. Mas foi rebaixado em 2013/14, foi o último colocado da Série C em 2021 e, na temporada seguinte, não conseguiu se inscrever na Série D, punido após não cumprir obrigações financeiras.

O clube decretou falência e mudou de nome. Renasceu na Eccellenza, quinto estágio do futebol da Itália, com ligas regionais e semiamadoras. Conseguiu voltar à quarta divisão no ano passado e, em abril deste ano, mudou de direção. O financista ítalo-brasileiro Joel Esciua, de 59 anos, adquiriu o Livorno por cerca de € 650 mil (R$ 3,4 milhões).

Esciua nasceu em São Paulo, é filho de pai brasileiro, mas cresceu na Itália. Tem longa carreira ligada ao mercado financeiro, sobretudo em Londres. É torcedor do Milan, mas também palmeirense. Fã de Pelé, ele foi amigo de Carlos Alberto, o capitão do Tri de 1970, morto em 2016. Agora, entra no futebol pela primeira vez como homem de negócios.

– Procurei um time de um certo calibre, de uma certa história e importância, com torcida. Olhei outras opções europeias, na América do Sul, mas decidimos começar no país onde tenho mais conhecimento, mais intimidade. Comprei o Livorno com perspectiva de levá-lo a categorias mais altas. Se quisesse ficar na Série D, tinha opções muito mais fáceis – diz Joel, em entrevista ao ge.

O começo na temporada da Série D é bom. O Livorno é o terceiro do Grupo E – cada grupo tem 18 clubes – após seis rodadas. Está na zona de classificação aos playoffs do acesso. No modesto elenco da equipe, está um velho conhecido da torcida brasileira. Especialmente do Botafogo: Luís Henrique.

Aos 25 anos, o atacante vai para o 11º clube de sua carreira. Depois de surgir como grande promessa do time carioca em 2015, na campanha do título da Série B, ele ainda passou por Athletico-PR, Grêmio e Oeste de Itápolis no Brasil. Depois, jogou na Finlândia, Dinamarca e, por último, na Terceira Divisão do Japão.

Agora, o atacante tenta a sorte no Livorno. E estreou com gol, que garantiu vitória por 1 a 0 contra o Ghiviborgo, no último dia 8. Ele espera voltar a brilhar. Assim como seu atual clube.

– Sinceramente eu nem sabia que o Livorno estava na Série D. Um time tão tradicional que há pouco anos disputava a Série A – diz o jogador.

“Mas tenho convicção que os objetivos são similares. O clube voltar a ser protagonista na Itália e minha carreira retomar para o rumo correto”, declarou o atacante.

Luís tem passaporte italiano, o que, segundo o novo dono do Livorno, ajudou na contratação. Mas Joel Esciua reitera que está de olho no mercado brasileiro para o futuro.

– Sem dúvida, o mercado brasileiro é fonte de futebol no mundo de todos os pontos de vista. Obviamente, interessa muito. No futuro, gostaria de ter parcerias. É um mercado natural.

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