Questão foi abordada em reunião do Conselho Mundial de Esporte a Motor nesta terça-feira; atacante brasileiro permaneceu no gramado anexo à pista da reta principal durante volta de apresentação

Rio de Janeiro - Não é novidade que os GPs da F1 reúnam um número expressivo de famosos, mas a questão passou a ser um problema para a categoria após um incidente envolvendo Neymar, no GP da Espanha: o atacante do PSG permaneceu no gramado ao lado da reta principal do Circuito de Barcelona-Catalunha durante a volta de apresentação dos carros. A Federação Internacional do Automobilismo (FIA) chamou atenção para o caso na reunião do Conselho Mundial de Esporte a Motor desta terça-feira.

- Precisamos aprender com o incidente no GP da Espanha. A FIA recebeu a garantia de Stefano Domenicali (presidente da Fórmula 1) de que estão sendo tomadas medidas para assegurar que o incidente não se repita. É um problema não apenas na Fórmula 1, mas na Fórmula E, WEC (Mundial de Endurance) e outras categorias, de acordo com minhas experiências recentes, pelo número excessivo de pessoas no grid em alguns eventos - declarou Mohammed ben Sulayem, presidente da FIA.

Neymar foi uma das atrações da prova em Barcelona, realizada no começo do mês e vencida por Max Verstappen. O atacante do PSG visitou o circuito ainda durante os treinos livres, na sexta-feira, experimentou a Mercedes do amigo Lewis Hamilton e posou ao lado de pilotos como George Russell (Mercedes), Charles Leclerc (Ferrari) e Yuki Tsunoda.

A etapa ainda contou com a presença de outros futebolistas como Kylian Mbappé, também do clube francês; e nomes do Chelsea, Atlético de Madri e Barcelona. Provas na Espanha, Mônaco, Itália, Estados Unidos e Miami costumam contar com a forte presença de famosos.

Os convidados costuma fazer visitas ao grid durante os preparativos para a corrida - momento em que engenheiros, jornalistas e outros funcionários também estão na pista. O incidente com Neymar, porém, se deu por uma falha na aplicação dos protocolos de segurança da categoria.

O Código Internacional do Esporte da FIA determina nos Artigos 12.2.1.h e 12.2.1.i como quebra de regulamento na organização de uma corrida “qualquer ato inseguro ou falha em tomar medidas razoáveis, resultando assim em uma situação de risco” e “falha em não seguir as instruções dos oficiais relevantes para a realização segura e ordenada do evento”.

O ocorrido se dá, ainda, em um ano marcado por episódios semelhantes na F1. No GP da Austrália, em abril, os comissários da prova abriram uma investigação contra os próprios organizadores da etapa após uma invasão da pista por espectadores na reta final do Circuito Albert Park em Melbourne.

Ainda em abril no Azerbaijão, Esteban Ocon quase atropelou funcionários da FIA em seu último pit stop no fim da prova; o grupo foi autorizado a entrar no local para organizar a cerimônia de pódio quando o vencedor Sergio Pérez sequer havia cruzado a linha de chegada. A entidade admitiu que a situação era recorrente e se desculpou apesar de não impor punições.

Na reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor, foi confirmado ainda que os organizadores do GP da Austrália trarão, até o fim deste mês, um relatório sobre o incidente na prova, além de medidas de reparação quanto ao ocorrido.

- Não tenho dúvidas de que em todos os casos, os organizadores das corridas cumprirão os requisitos de segurança e proteção da FIA. É dever da FIA garantir um ambiente seguro para todos. A segurança no esporte a motor é a principal prioridade da federação - reforçou Ben Sulayem.