Treinador admite atuação ruim em jogo que deixa o Brasil em 5º lugar nas eliminatórias para a Copa de 2026: “Nos faltou muita coisa, sou responsável por isso”

Assunção, Paraguai - Resignado, Dorival Júnior admitiu que o Brasil não fez por onde vencer o Paraguai nesta terça-feira, em Assunção, pela oitava rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo. Após a derrota por 1 a 0, o treinador afirmou que a equipe teve o pior primeiro tempo sob seu comando e condicionou o resultado a esta postura.

Bem armado defensivamente, o Paraguai não deu espaços para o Brasil. Com exceção de um esboço de pressão na volta do intervalo, a partida no Defensores del Chaco foi controlada pelos donos da casa. Ducha de água fria para um Brasil que chegou a Assunção otimista, segundo Dorival.

- Acho que a expectativa era muito positiva para que pudéssemos ter um jogo mais consistente, jogar de maneira tranquila. Até o momento em que tomamos o gol, tínhamos essa condição e estávamos buscando nos posicionar em campo e conseguir com troca de passes colocar a equipe paraguaia atrás da linha de meio de campo.

- A partir do momento em que sofremos o gol, nos perdemos. Tudo o que vinha sendo construído, até o final da primeira etapa deixamos e abrimos mão. Foi o pior tempo desde que aqui estamos e contribuiu para o resultado final”

Com o resultado, o Brasil caiu para o quinto lugar na competição, com os mesmos dez pontos da Venezuela, que está em sexto. Em outubro, a Seleção encara o Chile, vice-lanterna, em Santiago, no encerramento do primeiro turno, e recebe o Peru, no Mané Garrincha.

Confira a íntegra da coletiva

Falta de criatividade

- Acho que de um modo geral você tem que buscar um equilíbrio rapidamente. Nós temos um posicionamento, temos uma postura que nos dá a posse de bola, uma troca de passes com velocidade, e está nos faltando o detalhe mais importante, que são as infiltrações e momentos finais para sermos mais incisivos e diretos. É uma pena isso, estamos trabalhando bastante, mas acabou que isso comprometeu muito o nosso resultado e a razão da primeira etapa que deixamos muito a desejar.

Instabilidade emocional dos jogadores

- Não é que seja pelo momento ou pela situação, é uma instabilidade natural de uma partida. Você está brigando pelo seu melhor e nem sempre acontece. Deu para sentir isso. Não só com o Vini. Pela maneira que foi a primeira etapa, nos faltou muita coisa, sou responsável por isso. Não quero penalizar atleta algum, mas temos que trabalhar e entender que precisamos de mais para chegar ao nível que todos queremos. Estamos buscando a todo custo. Não é simples, não é fácil, é trabalhoso, mas temos que trabalhar para chegar a esse caminho.

Expectativa por Neymar

- Primeiro, ele tem que retornar dento do seu clube. Até então, não há o que fazer. Estamos sempre em contato, tentando entender o momento do Neymar, torcendo pela recuperação, mas temos que aguardar. É um processo lento, moroso, com vários detalhes, mas prefiro que o clube passe todas as situações. Nós a temos, mas não acho digno e temos que ter esse cuidado.

Reformulação do elenco

- As alterações que temos feito são muito mais por necessidade. Não temos Raphinha para a primeira partida, perdemos Savinho, Pedro também. Alguns jogadores seriam mantidos, outros viriam para esse momento. Temos que assumir todos nós um pouco mais a responsabilidade e encontrar caminhos em momentos decisivos das partidas. Começamos a partida bem, com o controle do jogo até sofrer o gol, nos perdemos muito e atravessamos o primeiro tempo sem nos aproximar do gol adversário. Isso pesa para uma partida você ficar 30 a 35 minutos pouco agredindo o gol adversário.