Atacante volta atrás, diz que não quer se limitar a ser camisa 9 e destaca versatilidade
Cuiabá - Até pouco tempo atrás, Gabriel Jesus não escondia seu desejo: apesar de poder jogar pelas pontas, queria disputar a posição de camisa 9 no seu clube e na seleção brasileira. Foi esse, inclusive, um dos principais fatores que fizeram o atacante trocar o Manchester City pelo Arsenal, ano passado.
Porém, as coisas mudaram. Gabriel Jesus voltou atrás, mudou o discurso e agora diz que está à disposição para ajudar em qualquer função.
O estilo móvel, inclusive, é um trunfo para o jogador reconquistar a titularidade da Seleção. Nessa segunda-feira, Jesus revelou um pedido que ouviu do técnico Fernando Diniz na última convocação, mês passado:
– No Palmeiras, eu fazia bastante (o movimento de fora para dentro), acho que foi o clube que mais fiz, quando comecei a jogar mais centralizado. Joguei como centroavante, jogava muito solto e fazendo o “facão”. Foi onde fiz mais. A primeira coisa que o Diniz falou quando vim na outra convocação foi que ele queria ver o Gabriel do Palmeiras, do City – contou o atacante.
– No City joguei bastante com o Aguero, e eu que saía mais, corria mais. No Arsenal, estou bastante solto. Tendo Martinelli e Saka ali do lado, troco muito com o Martinelli. Mas lá é um jogo mais controlado, é outra parada. Mas óbvio que a gente acompanha o trabalho do Diniz no Fluminense, e não é à toa que estão na final da Libertadores – completou.
Neste começo de temporada europeia, Gabriel Jesus tem desempenhado diferentes funções no Arsenal.
– Vale ressaltar que eu venho fazendo muitas funções no Arsenal, óbvio que quando optei por me transferir do City para o Arsenal, o Edu (Gaspar, executivo de futebol) e o Arteta conversaram comigo, e eu deixei claro que gostaria de jogar de 9. A ideia do Arsenal era essa, eu jogar de 9, solto. Essa temporada está sendo diferente, tivemos lesões, e nos últimos jogos eu joguei três de ponta. Por algum tempo, pensei em ficar nessa de falar que quero jogar de 9, mas estou aqui para ajudar o time. Sou abençoado por Deus por ter esse talento e a versatilidade de jogar nas três posições da frente. Prefiro não escolher.
Além da Venezuela, o Brasil enfrenta o Uruguai, terça que vem, em Montevidéu.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Gabriel Jesus:
Fernando Diniz
– Ali nos primeiros dias, primeiras reuniões, é algo novo. Muito novo. Não tinha visto. Joguei contra o Diniz quando ele estava no Audax, não era tanto assim, mas a gente já via uma qualidade, algo do treinador ali no time, de sair jogando do goleiro. No dia a dia, você vê a qualidade, onde ele enxerga certos pontos do campo, alguns jogadores em certos pontos do campo. Foi um choque, porém muito positivo.
Nova fase da vida
– Normal viver alguns ciclos da vida, estou no ciclo de pai, de esposo. Estou sentindo muito bem, feliz e realizado. Sempre tive sonho de ser pai. Minha mãe vai ser sempre minha mãe, minha rainha, mulher que me colocou no mundo, me cuidou, tem grande parcela do homem formado que sou. Estou agora no ciclo de casado, com minha filha, minha mulher. Minha mãe sempre manda mensagem, porém é normal esse distanciamento. Mas ela dá bronca, sim.
Terceiro ciclo de Copa
– O que aprendi é que não tem tempo para lamentar e nem para aproveitar demais. Toda vez que você vem para Seleção, tem que demonstrar. Não importa se fez gol, tem que repetir e melhorar no jogo seguinte. Isso é o alto nível. Não só na Seleção, é assim na Europa, no Brasil, no futebol. Se você almeja conquistar grandes coisas... é muito difícil chegar na Seleção. Se manter é mais ainda. Venho evoluindo, como pessoa e como jogador. Prefiro não ficar falando da minha posição, e sim estar para ajudar em qualquer posição que o treinador escolher.
Vini Jr
– Vini vem demonstrando o quão bom ele é, o quão importante ele é para o Real Madrid e para a Seleção. Fico muito feliz com a evolução dele. É um menino... acho que posso chamar ele de menino, né? Sou menino também. É muito feliz, muito alegre, transmite uma energia muito boa, e óbvio que isso ajuda. Ajuda o jogador como ele estar de volta na Seleção. Podem ver no Real Madrid, ele voltando de lesão, voltou jogando, fazendo gol, ajudando o Real a ganhar jogos.
Condições físicas
– Tive algumas lesões, a mais grave foi na Copa, no joelho. Eu não estava lesionado, também não sei como foi que aconteceu. Fiz a cirurgia, voltei bem. Comecei a pré-temporada, e meu joelho começou a doer de novo. Tive que abrir o joelho de novo para tirar, para voltar de novo. Hoje me encontro bem melhor, nos últimos três jogos do Arsenal, joguei os 90 minutos, em uma semana. Questão física, estou muito bem. Mentalmente, desde que optei por viver minha vida e a correr atrás dos meus sonhos sem olhar o extra, estou muito bem.