OUTRAS NACIONAIS

Análise: vertical e efetivo, mistão do Corinthians constrói vantagem e oferece alternativas

Análise: vertical e efetivo, mistão do Corinthians constrói vantagem e oferece alternativas

Apesar de oscilação no segundo tempo, time encerra jejum e larga na frente nas oitavas da Sul-Americana com vitória sobre o Bragantino

São Paulo - A efetividade que vinha faltando ao Corinthians nos últimos jogos finalmente apareceu no primeiro duelo das oitavas de final da Copa Sul-Americana, contra o Bragantino, nesta terça-feira. Bastaram 13 minutos para a equipe marcar os dois gols da vitória por 2 a 1, na arena Nicnet.

Com um mistão que tinha mais reservas do que titulares, o Corinthians apostou na verticalidade para acabar com um jejum de seis partidas e construir vantagem importante para o confronto da volta, na próxima semana, na Neo Química Arena.

A equipe de Ramón Díaz não fez questão de ficar com a bola e, quando a teve, tratou de acelerar o jogo. Isso fica evidente ao observar o número de passes trocados pelo Timão: apenas 130, menos de um terço do que o Bragantino (446).

A escalação alvinegra já indicava uma estratégia de ligações mais rápidas, explorando os lados do campo. Mesmo não tendo jogado no final de semana, Igor Coronado ficou na reserva, e Ramón armou o Corinthians sem um meia de criação. No 5-2-3, cabia aos laterais avançarem em velocidade e a Talles Magno recuar um pouco para ajudar a municiar os companheiros de ataque.

Aliás, o início da trajetória do novo reforço corintiano é animador. Além de marcar dois gols em suas duas primeiras partidas, Talles tem mostrado desenvoltura para ajudar na criação e também aplicação tática sem a bola.

O jogo em Ribeirão Preto trouxe alternativas ao Corinthians. Saindo da direita para o centro, Giovane teve boa atuação, e Pedro Raul, embora siga em um jejum de gols que já dura 20 jogos, recuperou um pouco da confiança com duas assistências.

Aqui vale um parênteses: reconhecer méritos destes jogadores não significa ignorar as limitações que o elenco tem. Segue sendo fundamental qualificar o grupo nesta janela de transferências para fugir da zona de rebaixamento do Brasileirão.

Voltando ao jogo, a superioridade corintiana poderia ter se convertido em uma vantagem ainda maior no primeiro tempo se Pedro Raul tivesse convertido duas ótimas oportunidades que teve.

A partida mudou de feição depois do intervalo. Pedro Caixinha mexeu taticamente e preencheu mais o setor ofensivo, a fim de incomodar a linha de cindo defensores do Timão.

Sem conseguir reter a bola, o Corinthians passou a ser sufocado. Aos 16, quando o Bragantino já havia reduzido a vantagem, Ramón colocou um quarto zagueiro em campo. André Ramalho entrou no lugar de Charles, fortalecendo a marcação à frente da área. Junto com ele entrou Pedro Henrique, para dar mais fôlego ao ataque.

Interessante notar que, mesmo com tantos reservas sendo utilizados, Wesley e Igor Coronado não saíram do banco de reservas. A percepção é de que o técnico argentino não confia na dupla para jogos mais “brigados”, que exigem maior imposição física.

Apesar do segundo tempo bem abaixo, o Corinthians conseguiu sustentar a vantagem e, assim, voltar para São Paulo não apenas mais perto das quartas de final da Sul-Americana, como resgatar um pouco do seu orgulho ferido.

O maior desafio da semana segue sendo o de sábado, em confronto direto com o Fluminense na luta contra o rebaixamento. Mas, ao menos, o torcedor alvinegro voltou a ter motivos para sorrir um pouco.

Image
Image
logo ga nova22