Ex-volante do Corinthians e da Seleção concede primeira coletiva como coordenador técnico do Leão
Mirassol, SP - Apresentado como novo coordenador técnico do Mirassol, o ex-volante Paulinho confirmou que o clube mantém conversas com Fábio Carille, entre outros técnicos.
O Leão busca um substituto para Mozart, que acertou com o Coritiba, e tem o ex-treinador de Santos e Corinthians como um dos candidatos no radar. O ge apurou que o treinador esteve em Mirassol nesta semana e se reuniu com o vice-presidente do Leão, Júnior Antunes. O novo dirigente da equipe, porém, pregou cautela quanto à definição do novo comandante.
– Houve conversas com alguns treinadores, sim, e o Carille foi um deles. Conversamos, explicamos como é o Mirassol, o projeto, o processo que existe aqui dentro, mas ainda tem conversas com outros treinadores. Vocês sabem como é o futebol, de especulações, algumas coisas não são, outras realmente estão acontecendo, mas isso estamos preparando internamente. É difícil já ter uma contratação logo que acaba uma competição onde ocorre um acesso. É preciso ter muita calma para decidir e escolher – disse.
Paulinho falou sobre o planejamento do Mirassol para a próxima temporada e disse que apesar de ter a Série A do Brasileiro como grande novidade, o projeto também passa muito pela participação no Paulistão.
– A gente vem conversando internamente na busca pelo treinador, não é uma missão fácil, porém, é o primeiro passo. O planejamento tem que ser muito bem feito porque o ano é muito longo. Então, é a busca pelo treinador, de elenco, buscar no mercado e, para muita gente de fora, tem a questão da Série A do Brasileiro, mas temos o Campeonato Paulista que é o estadual mais difícil do país. Temos que nos preparar para isso primeiro e então, consequentemente, para a Série A.
– Sobre a permanência de jogadores, chego agora e vou entender com a diretoria quem permanece, quem não permanece, mas é seguir a linha do que foi feito. Uma Série A o nível é outro, estamos olhando para ela, mas existe um Campeonato Paulista que é muito difícil e precisamos montar um elenco para fazer uma boa competição. Temos metas de chegar ao mata-mata e sou um cara muito competitivo – completou.
Versão diretor
Na nova função, Paulinho promete ser o “elo” entre os departamentos do clube ligados diretamente ao futebol.
O ex-volante disse que iniciou os cursos de gestão e a preparação durante a recuperação de algumas das graves lesões sofridas na reta final da carreira. Ele garantiu que irá atuar muito mais no campo do que na parte administrativa.
– É um desafio novo. Tudo o que vivi como atleta já passou. Depois de quase três anos estudando, fazendo a parte de gestão, uma gestão muito mais técnica do que a parte administrativa. Sou um cara que gosta do campo, todos vocês conhecem minha história, meu caráter e a minha personalidade. É o meu primeiro trabalho na parte de gestão, mas sou um cara preparado. Gosto de estar com a comissão técnica, preciso estar no campo para ver como o trabalho está sendo feito até para termos um feedback de todos os departamentos.
– Depois de quase três anos estudando, vejo que a comunicação entre os departamentos de alguns clubes que fui visitar fica muito distante entre comissão, fisioterapia, médicos e precisamos ser um grupo só para que o treinador possa fazer um grande trabalho. Aqui no Mirassol existem os processos, eles são importantes, e venho para ajudar.
Embora não seja o responsável direto pelas contratações, o coordenador técnico do Mirassol garantiu que também dará seus pitacos nesta questão.
– Na parte de contratações, é algo que está sendo feito internamente, mas vou colocar algumas opiniões. Não sou em quem contrata, quem decide, a minha parte é dentro do campo fazendo todo esse elo para que as decisões sejam tomadas por quem tem que tomar. Mas, em termos de contratações, obviamente vou participar porque é o Mirassol, temos que olhar o bem e a performance do clube para que possamos fazer uma grande temporada.
– Temos que ir analisando o mercado, sabemos que é muito difícil. E as oportunidades que aparecem dentro disso, nós decidimos quais são os melhores atletas para compor o elenco do Mirassol.
Visita que rendeu
O namoro entre Paulinho e o Mirassol começou quando o jogador fez uma visita ao clube, ainda durante o processo de estudos, para conhecer a estrutura e o funcionamento da equipe.
Segundo o agora coordenador técnico, ele não se ofereceu para o cargo e o acordo para que ele assumisse a função aconteceu de maneira “natural”.
– Vim fazer uma visita, fui rodando os clubes para conhecer estruturas, processos, metodologia e o pessoal da Federação Paulista sugeriu de conhecer o Mirassol. Liguei para saber se poderia vir, fiquei por dois dias, depois voltei para São Paulo e começamos a conversar sobre uma possibilidade. Foi uma troca de ideias, os profissionais daqui perguntando algumas cosias, o que já passei no futebol, e foi ficando mais próximo.
– Estar no Mirassol, um clube organizado, que tem uma gestão muito boa, chega à Série A por méritos, por capacidade e potencial, para mim é um desafio muito bom para a carreira e tenho a certeza de que vou exercer da melhor maneira possível – disse.
Questionado a respeito da desconfiança sobre o clube, caçula na Série A, e até o suposto risco de rebaixamento apontado por críticos, Paulinho garantiu que o assunto não é uma preocupação interna e se disse convicto do trabalho feito no clube.
– Muito difícil a pessoa, quando não conhece, coloca algumas coisas, como foi citado de o Mirassol ser rebaixado. Acontece a fala antes de começar o treino e acho que não tem nexo. Quem não conhece o processo, tá tudo bem, não tem problema falar, o importante somos nós aqui dentro. É o nosso profissionalismo, o nosso caráter, é ali dentro de campo que decidimos as coisas. As conversas vão acontecer, faz parte do futebol, mas o mais importante é nós, aqui dentro, sabermos para onde queremos ir, independentemente da fala das pessoas. Estou muito convicto no trabalho, conseguimos um acesso agora, estamos há anos no Campeonato Paulista, então a questão do rebaixamento, para nós, internamente, não acrescenta em nada. Não vamos fazer nada porque escutamos algumas coisas fora, vamos fazer o que tem de ser feito, o que nós acreditamos e temos convicção – finalizou Paulinho.