Presidente do Palmeiras chega ao Rio para dar suporte ao elenco e estafe do clube, mas não estará no estádio do Botafogo, onde times disputam as oitavas da Libertadores; entenda disputa
São Paulo - Leila Pereira costuma estar presente em todos os duelos do Palmeiras na temporada, desde as aparições em casa, no Allianz Parque, até as mais distantes, como no Nuevo Gasómetro, por exemplo, em Buenos Aires. No Rio de Janeiro, contudo, não estará no estádio.
A presidente desembarcou na capital carioca para oferecer suporte ao elenco e ao estafe, mas não seguirá com a delegação para o Nilton Santos, onde o Palmeiras visita o Botafogo às 21h30 da quarta, pelas oitavas de final da Libertadores.
O motivo são as “acusações mentirosas”, nas palavras de pessoas próximas à dirigente, feitas pelo dono da SAF do Botafogo, John Textor, contra ela e o Palmeiras.
O empresário americano, desde o fim do ano passado, tem acusado - sem apresentar provas - a manipulação de resultados em jogos do Palmeiras nos últimos dois anos do Campeonato Brasileiro.
Há quase um mês, inclusive, no último confronto entre as equipes pelo Campeonato Brasileiro, a dirigente não esteve no estádio, mas foi xingada por parte da torcida do Botafogo e teve uma foto de seu rosto pregada em um boneco enforcado perto do setor reservado à torcida visitante.
O Botafogo responde no Superior Tribunal de Justiça sobre o caso, podendo perder mandos de campo por, segundo o órgão, “não prevenir e reprimir a conduta”, considerada “desordem” pelo STJD.
Entenda as polêmicas
A história marca um novo capítulo da relação conturbada entre os dirigentes, que desde o fim do Brasileirão de 2023 estão entre críticas e disputas judiciais.
O Botafogo chegou a abrir 12 pontos de vantagem na liderança desse Brasileiro, mas o Palmeiras ultrapassou o rival e se tornou campeão em uma campanha agora chamada pelo clube de “A Arrancada Histórica”.
Uma peça chave nesta arrancada foi o duelo das equipes no Nilton Santos, em que o Palmeiras venceu por 4 a 3 depois de começar perdendo por 3 a 0.
Na ocasião - antes mesmo das acusações de manipulação -, Textor invadiu o gramado para reclamar da arbitragem sobre a expulsão do zagueiro Adryelson, que saiu quando o Botafogo ainda vencia por 3 a 1. Ele havia levado cartão vermelho após revisão do VAR de uma falta em Breno Lopes.
Três semanas depois, com o Alvinegro fora da liderança, o dirigente produziu um relatório com a empresa francesa Good Game para análise de arbitragem e movimentações de jogadores através de inteligência artificial, dizendo que o Botafogo deveria ter 21 pontos a mais que o Palmeiras no Brasileiro.
O Verdão - após a conquista do título - fez provocações ao clube carioca, citando entre elas um “relatório super secreto” em referência ao apresentado por Textor, e no campo - ao ser questionada sobre o dossiê do americano - a presidente o chamou de “desequilibrado”.
Em 2024, as farpas voltaram por conta de notícias que falavam em interesse do Palmeiras em Júnior Santos, atleta do Botafogo, e Textor foi às redes sociais para negar qualquer chance de saída ao rival.
– O Palmeiras deveria comprar em outro lugar. Jogadores do Botafogo preferem 11 x 11 – escreveu o empresário.
O Palmeiras, contudo, nunca fez proposta pelo atleta.
Em abril, Textor retomou as acusações ao dizer no “Canal do Medeiros” que possui provas de manipulação - novamente sem apresentá-las - envolvendo jogos do Palmeiras. O Verdão, como consequência, abriu uma ação contra Textor, para que respondesse pelas declarações.
Ambos os dirigentes chegaram a depor na CPI do Senado sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro, mas até o momento não houve desdobramentos concretos da investigação.