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Presidente e vice do Corinthians rompem em meio a crise e suspeita de investigação paralela

Presidente e vice do Corinthians rompem em meio a crise e suspeita de investigação paralela

Conheça Armando Mendonça e entenda como ex-aliado entrou em rota de colisão com Augusto Melo

São Paulo - Augusto Melo ainda não completou seis meses como presidente do Corinthians, mas em pouco tempo de gestão rompeu laços com alguns de seus principais aliados políticos. O último a entrar na lista foi Armando Mendonça, segundo vice-presidente do clube.

O escândalo envolvendo a comissão paga no contrato de patrocínio da VaideBet foi o estopim para o racha.

Como mostrou o Fantástico, a Polícia Civil suspeita que Armando Mendonça tenha contratado a espiã que foi até a casa da mulher usada como “laranja” para abertura da Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. Essa empresa de fachada está no centro das investigações relacionadas ao caso.

A suspeita de que Mendonça poderia estar conduzindo uma apuração paralela já existia nos bastidores do Corinthians. Ele foi o primeiro a alertar Augusto Melo e outros membros da cúpula do clube que seria divulgada na imprensa uma denúncia envolvendo o contrato de patrocínio da VaideBet - tal informação foi relatada pelo vice-presidente em depoimento à Polícia.

Questionado sobre a suspeita de ter contratado a detetive, Armando Mendonça respondeu que aguarda “a apuração da autoridade policial competente para saber o caminho do dinheiro que saiu do Corinthians. É esse o desejo da sociedade e principalmente dos corintianos”.

Ruptura

Armando e Augusto Melo se afastaram nas últimas semanas, principalmente depois que o grupo político que ele lidera retirou apoio ao presidente.

Na ocasião, diretores dos departamentos financeiro e de futebol entregaram os cargos, mas o vice permaneceu. Embora seja eleito e não nomeado, ele poderia renunciar ou se licenciar.

Nas semanas anteriores, Armando Mendonça trabalhou nos bastidores pela saída de homens de confiança de Augusto do clube, que tiveram de alguma forma o nome citado nos escândalos com envolvimento da intermediação do contrato com a VaideBet:

Sérgio Moura: ex--superintendente de marketing, foi quem apresentou Alex Cassundé, intermediário do contrato entre Corinthians e VaideBet, à Augusto Melo. Cassundé trabalhou na campanha eleitoral do presidente alvinegro.

Marcelo Mariano: conhecido como Marcelinho, é diretor administrativo, e foi responsável por ordenar o pagamento da comissão à empresa de Cassundé enquanto o diretor financeiro (Rozallah Santoro, na época) estava ausente.

Após muita pressão, Sérgio Moura se licenciou e, dias depois, foi desligado do clube. Já Marcelinho segue bancado por Augusto, o que gera insatisfação de Armando Mendonça.

crise corinthians1Marcelo Mariano e Augusto Melo no Corinthians - Foto/Reprodução/Instagram

O vice foi citado pelo ex-superintendente de marketing em uma queixa-crime feita à Polícia.

Antes presença frequente nos jogos da equipe de futebol profissional masculina, Armando Mendonça não acompanhou a delegação a Curitiba neste final de semana, onde o time enfrentou o Athletico.

Quem é o vice

Advogado, Armando Mendonça tem atuação política no Corinthians há anos. Na década passada, ele integrou o grupo “Corinthianos obsessivos”, que apoiou o ex-presidente Andrés Sanchez e outras gestões da chapa “Renovação e Transparência”.

Anos depois, fundou com aliados o “Movimento Corinthians Grande”, que já tentou duas candidaturas próprias à presidência (com Felipe Ezabella e Mário Gobbi) e decidiu apoiar Augusto Melo em 2023. Em troca, receberam cargos importantes na direção.

Em 2013, Armando Mendonça ganhou os holofotes ao ser um dos quatro torcedores que obtiveram liminar para assistir a jogo da equipe no Pacaembu, contra o Millonarios, da Colômbia. Naquela partida o Timão teve que jogar com portões fechados como punição pela morte de um garoto boliviano atingido por um sinalizador.

Além de Armando Mendonça, o Corinthians tem Osmar Stábille como primeiro vice-presidente. É ele quem assume o comando do clube temporariamente na ausência do presidente ou até a realização de novas eleições caso o cargo fique vago por renúncia ou impeachment.

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