Atacante lembra descontrole em baladas com os amigos na época do Goiás e conta gasto “surpresa” de quase meio milhão para quitar imposto em saída da Europa: “Não sabia de nada”
Recife - Aos 33 anos, Walter tem uma vida simples, sem luxos. Na contramão de uma carreira de pouco mais de 20 anos repleta de títulos, passagem pela Europa e grandes clubes do Brasil. Fruto de erros do passado (foram tantos) que o atacante mesmo admite, em papo exclusivo ao ge. Erros que carregam consequências para o agora.
“Hoje, vivo para pagar pensão”.
— revela o atacante
O atacante ex-Porto, Internacional, Fluminense e Goiás, tem uma única filha, Catarina Vitória, de 13 anos, nascida quando o jogador defendeu o time europeu, entre as temporadas de 2011 e 2012.
Mas, atualmente, Walter joga no Pelotas, time da segunda divisão gaúcha - nos últimos anos, também defendeu Goiânia, Amazonas, Santa Cruz, até se arriscando no futebol de 7. Não recebe, nem de longe, o salário de outrora - que se soma ao gasto milionário por ter parado por dois no doping.
“A gente até está tentando reverter na Justiça, porque eu não ganho o que ganhava e a pensão que eu pago é o mesmo valor de quando eu estava lá no Athletico. O advogado está vendo para recorrer”, explica.
E onde Walter ganhou mais dinheiro?
No Brasil. Depois de passagens pelo Porto, Cruzeiro e Goiás, foi no Fluminense que o atacante, cria do Coque, bairro na região central do Recife, diz ter vivido o auge financeiro.
“Fui ganhar um bom dinheiro mesmo no Fluminense. No Porto ganhava R$ 45 mil, fui para o Cruzeiro por R$ 90 mil, aí Goiás, R$ 90 mil, depois renovei por R$ 90 mil, até chegar no Fluminense, até hoje meu maior salário na carreira. Ganhava R$ 350 mil. Fui ter dinheiro mesmo de 2014 para 2017”, conta.
Pouco suficiente para aliviar o bolso anos depois. “Me prejudiquei por causa de uns vacilos meus”, afirma.
Quais?
Walter lembra bem das vezes em que gastou em excesso. De idas, por exemplo, a baladas de Goiânia, quando atuava no Goiás, e saía pagando a conta dos amigos, no afã de ser o cara do momento no time Esmeraldino. De não olhar o preço das coisas e comprá-las. Ou de erros por falta de instrução.
Como quando saiu do apartamento onde morava em Portugal para voltar ao Brasil e esqueceu de dar baixa no imóvel. Resultado? Teve que tirar do próprio bolso R$ 400 mil para quitar o débito. O fato é que a rotina de privilégios e luxo não pôde acompanhar a queda na carreira do atacante.
Por isso, Walter - que sustenta a mãe desde os 18 anos e outros membros da família, além de alguns amigos - aperta os cintos.
“Hoje, penso duas vezes quando vou comprar algo, o que eu posso, o que eu não posso. Porque antes eu ia como um louco”.